DO CHÃO DA ESCOLA AO CÉU DE IDEIAS

domingo, 29 de março de 2015

A importância da docência

O Governo Federal instituiu o Programa de Institucional de Bolsas de Incentivo à Docência (PIBID) para possibilitar um vínculo maior entre os universitários e a escola, vínculo este maior que o Estágio Supervisionado oferece visto que o período de permanência na educação básica é maior dentro do projeto.
   
Mas por que a docência deveria ser incentivada em cursos de Licenciatura?

Vemos, no decorrer dos anos, a educação sendo deixada de lado pelos governos o que acarretou na desvalorização da profissão e do profissional docente. E essa desvalorização vinda dos governantes, chegou às famílias e aos alunos tornando as salas de aula um ambiente causador de estresse ao educador:

A experiência de estresse no professor deve ser entendida como uma ameaça ao seu bem-estar, autoestima e valor pessoal, podendo levar ao desenvolvimento de sentimentos negativos, como a insatisfação e a desmotivação que, na prática, se manifestam pela diminuição da qualidade das atividades desenvolvidas por estes profissionais na sala de aula. O resultado final desta situação pode acabar por traduzir-se em efeitos indesejáveis no rendimento académico dos alunos, uma vez que as dificuldades sentidas pelos professores refletem-se na qualidade das suas práticas pedagógicas e eficácia profissional, diminuindo-se assim as potencialidades de aprendizagem dos estudantes. (GOMES, 2006)

As escolas tem se tornado mais um depósito de crianças que realmente um local de transformação social. E, aliado a falta de estrutura que muitas escolas apresentam e aos baixos salários, este ambiente não tem sido atrativo aos jovens que optam pelos cursos de Licenciatura. Os Estágios Supervisionados obrigatórios na docência também não cumpre com o papel definido em lei:  
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. (BRASIL, 2008 grifo meu)

O PIBID/BIOLOGIA/UFOP realiza, na Escola Municipal de Campinas, desde 2014 atividades que visam o aprendizado dos alunos de maneira diferenciada aliado ao incentivo à docência, ou seja, um duplo aprendizado.

Fig. 1. Vista lateral da Escola Municipal de Campinas

A escola localiza-se na zona rural do Município de Mariana/MG e tem grande diferencial ao compararmos as escolas da sede: número reduzido de alunos e infraestrutura adequada às atividades desenvolvidas. Diferencial este que pode ser percebido pelos bolsistas logo no primeiro contato e demonstrado por algumas fotos abaixo.

Fig. 2. Computadores do Positivo utilizados pelas crianças em processo de alfabetização
Fig. 3. Computadores.

Fig. 4. Biblioteca e sala de vídeo
Fig. 5. Refeitório.
Fig. 6. Equipe do PIBID/BIOLOGIA/UFOP que iniciou os trabalhos na Escola Municipal de Campinas
           
Foram desenvolvidas diversas atividades na escola em 2014 como intervenções em exercícios, atividades de leitura de textos e imagens, montagens de murais temáticos, aulas práticas, exposição de fotografias, visita orientada ao Parque Estadual do Itacolomi.
Fig. 6 Atividade prática e maquete sobre aterro sanitário
Fig. 7. Visita orientada ao Parque Itacolomi e Jogo sobre Sistema Circulatório
Fig. 8. Limpeza da rampa de entrada da escola, confecção de cartaz sobre o lixo e exposição de fotografias
           
A licenciatura nos reserva inúmeras surpresas ao longo do tempo. Os bolsistas do PIBID/BIOLOGIA puderam perceber algumas dessas surpresas durante a sua permanência na escola no ano de 2014 uma delas é o carinho que os alunos demonstram quando se veem diante de dedicação e esforço para que eles aprendam.
Fig. 9. Cartinhas, flores e cartazes - carinho e gratidão

Cartinhas, flores, cartazes, foram alguns dos mimos feitos pelos alunos de Campinas aos bolsista que se encantaram pela escola, pelos alunos e pelas famílias que os tratavam com extrema gratidão pela dedicação que tinham com o aprendizado de seus filhos.
Uma outra experiência bastante significativa no ano passado com o grupo foram as sequências didáticas individuais. E isso foi significativo porque muitas das vezes o trabalho docente é individual, porém o trabalho do grupo é sempre coletivo.
Fig. 10. Sequência didática realizada por bolsistas
                 
Nessa experiência os bolsistas viram-se na situação de planejamento de aula teórica, prática e avaliação que são cotidianas para o educador. A resposta que eles deram foi imediata. Ver seus olhos brilhando pela alegria de poder lecionar um conteúdo e verificar a aprendizagem dos alunos contagiou a todos que participaram dessa atividade. Ver o medo de não dar certo com o prazer de dever cumprido auxiliou-os na aquisição de habilidades que levarão para a vida.  

Neste ano de 2015 novos bolsistas chegaram à escola trazendo sua bagagem de experiências em outras atividades que realizaram e cheios de energia para aprender e ensinar. Os alunos estão ansiosos por este retorno, as famílias também e a escola encontrará nesses universitários apoio para o desenvolvimento cognitivo de seus educandos. Então, bom trabalho a tod@s!
      
Fig. 11. Nova equipe de trabalho na Escola Municipal de Campinas





Referência Bibliográfica   

BRASIL. LEI Nº 11.788, DE  25 DE SETEMBRO DE 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm. Acessado em 27/03/2015.

GOMES, A. Rui. Problemas e desafios no exercício da atividade docente: Um estudo sobre o estresse, "burnout", saúde física e satisfação profissional em professores do 3º ciclo e ensino secundário. Revista Portuguesa de Educação, 2006, 19(1), pp. 67-93. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0871-91872006000100004&script=sci_arttext. Acessado em: 20/03/2015



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