DO CHÃO DA ESCOLA AO CÉU DE IDEIAS

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Um olhar sobre a relação Professor - Aluno.

No dia 23 de abril, fomos para a escola de Campinas, subdistrito da cidade de Mariana, auxiliar a professora Márcia nos exercícios de revisão para a futura prova de recuperação dos alunos, para podermos ajudar da melhor forma, fizemos uma intervenção diferente, sentamos com alguns alunos que tinham dificuldades e ficamos assim mais próximos a eles, e tudo isso levou uma reflexão maior sobre a relação professor (no nosso caso auxiliares) – aluno.

Essa interação mais próxima é de fundamental importância, porem foi possível sentir que nem todos ainda se sentiam a vontade para pedir ajuda e isso pode ser por vários motivos, entre eles, falta de confiança em nós, timidez, falta de intimidade e esses fatores não afetam somente nos bolsistas, mais também vários professores, e esses sentimentos fazem com que a aprendizagem e o ensino sejam afetados. Por mais que SIQUEIRA, afirme que esses sentimentos não podem interferir na aula e na forma de educar, não podemos deixar de observar que a timidez na maioria das vezes é o sentimento que mais bloqueia a aprendizagem concreta de alguns alunos.

Ficar mais próximos dos alunos então possibilitou que mesmo, os mais tímidos e desconfiados pudessem, tirar suas dúvidas e assim criar um laço mais forte entre nós, e ainda é possível observar que é muito importante que o professor fique atento a esses alunos e crie um vínculo maior, pois essa relação depende principalmente da forma que o professor a estabelece, contando com a capacidade de ouvir, refletir, discutir, criar pontes entre os conhecimentos dos alunos e os seus e ainda   compreende-los.

Ficar atento ao conteúdo e a seus alunos é a melhor forma de garantir um ensino de qualidade e de acesso a todos, pois muitas vezes o aluno mais quieto da turma é o que mais precisa de atenção e intervenções que o aproxime da aula.

                                     


Bolsistas auxiliando os alunos do 7º ano. 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Ácidos Nucleicos: Extração do DNA


Todos os seres vivos são constituídos de células. Em todas as células são encontrados os ácidos nucléicos, que são as macromoléculas de caráter ácido que constituem os genes, e estes têm como função armazenar e transmitir as informações genéticas. São conhecidos dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico).
Como substância química, o DNA é bem simples. Ele contém três tipos de componentes químicos: (1) fosfato, (2) um açúcar chamado desoxirribose e (3) quatro bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e timina (GRIFFITHS p. 229 – 2009).
É possível extrair o DNA que se encontra dentro das células de seres vivos para identifica-lo e analisa-lo. Em alguns seres vivos como os humanos, o material genético só pode ser extraído em laboratórios de pesquisa devidamente equipados. Mas, o DNA de outros seres como as frutas morango e banana por exemplo, pode ser extraído em sala de aula utilizando materiais simples que possibilitam trabalhar conceitos básicos de genética.



No dia 10/04/2015, as bolsistas Ana Paula e Jussara realizaram uma prática com o tema: extração do DNA do morango com as duas turmas de 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Coronel Benjamin Guimarães, sob a supervisão da professora de biologia Driely.
Escolhemos essa prática uma vez que os alunos estavam estudando sobre os ácidos nucleicos, e esta seria uma ferramenta para o fechamento do conteúdo ministrado, sendo que é possível retomar através desta, os conceitos vistos nas aulas e aplica-los no momento da experiência.
Ao saberem que a aula seria prática, os alunos se expressaram de forma positiva e curiosa com a experiência. Primeiramente começamos pedindo para que eles sentassem em círculo para que todos pudessem acompanhar a prática.

Alunos sentados em círculo
Bolsista passando as informações iniciais

Depois de passada as instruções iniciais, começamos com uma explicação retomando o tema ácidos nucleicos e o roteiro da prática foi escrito no quadro, para que todos lessem juntos as instruções e os materiais a serem utilizados que foram os seguintes: copo, garfo, prato, guardanapo sal de cozinha, água, álcool etílico gelado, morango e detergente. Cada passo, que totalizaram 7, foi executado por um estudante:
1º passo: amassar o morango, com auxílio do prato e garfo, com o intuito de romper mecanicamente as células para facilitar o acesso ao ácido nucleico do morango, uma vez que o DNA no morango, encontra-se dentro do núcleo celular;

Alunos amassando o morango

2º passo: utilizar o detergente para fazer o rompimento químico das membranas que envolvem a célula e seu núcleo, uma vez que as membranas possuem lipídeos (gordura) em sua estrutura que com a presença do detergente esses lipídeos são quebrados e possibilitam o contato com o conteúdo celular, consequentemente o DNA;

Aluna misturando o detergente ao morango amassado

3º passo: colocar a papa formada dentro de um copo de vidro para facilitar o processo;


4º passo: colocar água para diluir a mistura;


5º passo: adicionar o sal para neutralizar as cargas elétricas que o ácido nucleico possui para que possa interagir com a água estando solúvel nesta;


6º passo: filtrar a mistura com auxílio de um filtro de papel ou pano, se houver – nesta prática foi utilizado guardanapos de papel, para separar o DNA do restante dos componentes celulares já que o material genético estava dissolvido na água;


7º passo: adição de álcool gelado, que leva ao aparecimento de três fases distintas por diferença de densidade, formando uma fase de água, outra de DNA e uma última de álcool.


Resultado: alunos observando o material genético do morango:


Em todos os momentos os alunos interagiram pensaram e chegaram, com o auxílio das bolsistas, a conclusão da necessidade de cada passo, e através deles revisamos e esclarecemos os conceitos já trabalhados em sala, sanando as dúvidas e reforçando o que já dominavam. Com mais essa atividade ficou claro o quanto são essenciais e de extrema importância as atividades práticas nas aulas de ciências, pois percebemos como fica mais claro e mais instigante a alfabetização através da prática empírica.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Dificuldade de leitura no fundamental 2

Um problema que está esta deixando professores e equipe pedagógica alarmados dentro das escolas públicas é a incapacidade de alunos do fundamental 2, de interpretação e escrita dos textos.

Na escola de Campinas, nós bolsistas do PIBID-UFOP convivemos com esta realidade, em conversa na sala dos professores uma docente desabafa: “Não consegui dormir esta noite, como vou trabalhar com os meninos do 6º ano?”. É um problema detectado por todos os professores, sendo leitura e interpretação, a base para compreensão de qualquer conteúdo.
A professora orientadora Márcia Lana, relata a frustração de preparar uma sequencia didática e os alunos não conseguirem correlacionar o ensinado com os exercícios. Ela nos solicitou ajuda para incentivar os discentes à leitura, para tal, fizemos uma pesquisa no acervo de revistas Ciência Hoje das Crianças, contido na biblioteca da escola de Campinas. Os textos separados serão estudados durante as aulas de biologia.

Revista Ciência Hoje das Crianças.


Para maiores esclarecimentos a respeito desta mazela dentro das instituições públicas de ensino, a professora de português Marta Célia Cosme, que trabalha há 22 anos com fundamental 2 e ensino médio na rede estadual, nos concedeu a seguinte entrevista:

(Bolsista)-Como a leitura pode auxiliar o aluno do fundamental 2 no processo de recuperação de uma defasagem vinda das séries iniciais?
(Professora Marta) –Se ela for atrativa para ele, ajudará a mantê-lo interessado, abrindo oportunidade para se perceber onde está a defasagem e trabalhá-la. O aluno do fundamental 2 já é pré-adolescente, ele cria uma barreira enorme, tem vergonha... Mas quando o professor o envolve com a leitura,instigando sua curiosidade, ela torna-se um ótimo instrumento de trabalho.

(Bolsista) - A escola em que você leciona, possui projetos que incentivam os alunos a leitura?
(Professora Marta) - Sim, no fundamental 1 e 2, eles leem livros durante o ano e fazem resenha constituindo um portfólio. No final do ano montamos uma banca para análise dos três melhores portfólios. Não é uma atividade obrigatória, mas muitos alunos participam. Já no ensino médio, selecionamos textos e reservamos um dia, por exemplo, terça-feira no segundo horário, todas as turmas leem o mesmo texto, independentemente se o horário for de português, física, biologia...

(Bolsista)-Você percebeu progresso dos alunos depois da implementação destes projetos?
(Professora Marta)-Sim. Na oralidade, interpretação, ortografia, articulação de ideias e a capacidade fazer inferências, ou seja, perceber as relações implícitas do texto.

(Bolsista)-Na sua opinião, por que os alunos chegam ao fundamental 2 com tanta dificuldades de leitura? Como este quadro pode ser revertido?
(Professora Marta)-Na maioria dos casos, este problema tem início nas séries iniciais e continuam ao longo da vida escolar do aluno, porque eles são promovidos mesmo não atendendo os pré-requisitos para a próxima série. Para a mudança deste quadro, seria necessário ações permanentes de alfabetizadoras e pedagogas, promovendo constantes intervenções pedagógicas, para que nenhum alunos saísse do fundamental 2 sem a capacidade de ler e interpretar.

Marta Célia Cosme, professora regente de Lingua Portuguesa há 22 anos, na rede estadual.




quinta-feira, 9 de abril de 2015

Educação Sexual na Escola

No dia 27 de Março foi abordado o tema Educação Sexual para a turma do 8º ano da Escola de Campinas. De acordo com o PCN, o professor deve abordar questões em sala de aula, propondo a participação do aluno, criando um debate sobre os diversos valores associados à sexualidade e transmitindo mensagens de forma a construir uma opinião dos alunos a respeito do que lhes foram apresentado.





Professora Márcia explicando aos alunos.

Para iniciar, os bolsistas do projeto PIBID-UFOP, juntamente com a professora Márcia Lana apresentaram aos alunos os diversos métodos contraceptivos existentes, por meio de imagens e demonstração para que a aula fosse mais dinâmica e interativa. Percebi que durante as atividades os alunos ficaram com vergonha ao falar sobre o assunto, como esperado, devido à faixa etária e maturidade da turma. Mas as atividades foram válidas, uma vez que foi abordado todo conteúdo previsto e principalmente a conclusão dos nossos objetivos que foi informar sobre a sexualidade, métodos contraceptivos e acabar com os tabus existentes na sociedade. 




Alunos do 8º ano e bolsista. 


Foram feitas várias perguntas aos alunos referentes a imagens e as demonstrações e uma pergunta em particular me chamou bastante a atenção, pois a pergunta foi referente ao próximo assunto a ser apresentado aos alunos. Perguntei aos alunos a respeito da camisinha: “Além de evitar a gravidez, para que a serve a camisinha?” Os alunos ficaram acanhados para responder, mas uma das alunas respondeu: “Para evitar doenças, como a sífilis, gonorreia e AIDS.” 






Bolsistas fazendo demonstração de como se coloca a camisinha feminina e masculina.


Ao se tratar da Sexualidade, é importante ressaltar que o tema é inerente a vida e saúde das pessoas, ressaltando o respeito à mulher, os estereótipos e culturas da sociedade, as doenças relacionadas e principalmente com a gravidez indesejada, um problema preocupante que tem ausentado as crianças e jovens das escolas.
 



Professora Márcia, alunos do 8º ano e bolsista.