Todos os seres vivos são constituídos de células. Em todas as células são encontrados os ácidos nucléicos, que são as macromoléculas de caráter ácido que constituem os genes, e estes têm como função armazenar e transmitir as informações genéticas. São conhecidos dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico).
Como substância química, o DNA é bem simples. Ele contém três tipos de componentes químicos: (1) fosfato, (2) um açúcar chamado desoxirribose e (3) quatro bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e timina (GRIFFITHS p. 229 – 2009).
É possível extrair o DNA que se encontra dentro das células de seres vivos para identifica-lo e analisa-lo. Em alguns seres vivos como os humanos, o material genético só pode ser extraído em laboratórios de pesquisa devidamente equipados. Mas, o DNA de outros seres como as frutas morango e banana por exemplo, pode ser extraído em sala de aula utilizando materiais simples que possibilitam trabalhar conceitos básicos de genética.
No dia 10/04/2015, as bolsistas Ana Paula e Jussara realizaram uma prática com o tema: extração do DNA do morango com as duas turmas de 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Coronel Benjamin Guimarães, sob a supervisão da professora de biologia Driely.
Escolhemos essa prática uma vez que os alunos estavam estudando sobre os ácidos nucleicos, e esta seria uma ferramenta para o fechamento do conteúdo ministrado, sendo que é possível retomar através desta, os conceitos vistos nas aulas e aplica-los no momento da experiência.
Ao saberem que a aula seria prática, os alunos se expressaram de forma positiva e curiosa com a experiência. Primeiramente começamos pedindo para que eles sentassem em círculo para que todos pudessem acompanhar a prática.
Alunos sentados em círculo
Bolsista passando as informações iniciais
Depois de passada as instruções iniciais, começamos com uma explicação retomando o tema ácidos nucleicos e o roteiro da prática foi escrito no quadro, para que todos lessem juntos as instruções e os materiais a serem utilizados que foram os seguintes: copo, garfo, prato, guardanapo sal de cozinha, água, álcool etílico gelado, morango e detergente. Cada passo, que totalizaram 7, foi executado por um estudante:
1º passo: amassar o morango, com auxílio do prato e garfo, com o intuito de romper mecanicamente as células para facilitar o acesso ao ácido nucleico do morango, uma vez que o DNA no morango, encontra-se dentro do núcleo celular;
Alunos amassando o morango
2º passo: utilizar o detergente para fazer o rompimento químico das membranas que envolvem a célula e seu núcleo, uma vez que as membranas possuem lipídeos (gordura) em sua estrutura que com a presença do detergente esses lipídeos são quebrados e possibilitam o contato com o conteúdo celular, consequentemente o DNA;
Aluna misturando o detergente ao morango amassado
3º passo: colocar a papa formada dentro de um copo de vidro para facilitar o processo;
4º passo: colocar água para diluir a mistura;
5º passo: adicionar o sal para neutralizar as cargas elétricas que o ácido nucleico possui para que possa interagir com a água estando solúvel nesta;
6º passo: filtrar a mistura com auxílio de um filtro de papel ou pano, se houver – nesta prática foi utilizado guardanapos de papel, para separar o DNA do restante dos componentes celulares já que o material genético estava dissolvido na água;
7º passo: adição de álcool gelado, que leva ao aparecimento de três fases distintas por diferença de densidade, formando uma fase de água, outra de DNA e uma última de álcool.
Resultado: alunos observando o material genético do morango:
Em todos os momentos os alunos interagiram pensaram e chegaram, com o auxílio das bolsistas, a conclusão da necessidade de cada passo, e através deles revisamos e esclarecemos os conceitos já trabalhados em sala, sanando as dúvidas e reforçando o que já dominavam. Com mais essa atividade ficou claro o quanto são essenciais e de extrema importância as atividades práticas nas aulas de ciências, pois percebemos como fica mais claro e mais instigante a alfabetização através da prática empírica.